OS CEARENSES E A CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR
Padre Mororó |
A Confederação do Equador foi o mais importante movimento republicano e autonomista do Brasil, pois contou com a adesão de múltiplas províncias. Ocorrido no início do século XIX, teve os estados de Pernambuco, seguido pelo Ceará como palcos principais, se estendendo principalmente para a Paraíba e Rio Grande do Norte. O movimento foi uma oposição aos desmandos do Imperador D. Pedro I, ao outorgar a Constituição de 1824. Os cearenses tiveram papel decisivo na difusão do movimento, muitos pagaram com a própria vida.
Comandadas pelo groairense Padre Mororó — que, além de liderar, participar e subscrever aquela memorável ata, determinou que fossem enviadas deputações a outras Vilas para comunicar e conseguir adesão, como de fato sucedeu — as Câmaras das Vilas de Icó, Aracati e São Bernardo das Éguas Russas aderiram de imediato à causa, reproduzindo e fortalecendo o movimento que daí se espalhou por toda a província do Nordeste.
"No Ceará, mais precisamente na cidade de Campo Maior de Quixeramobim, era proclamada a primeira República do Brasil, no dia 9 de janeiro de 1824, 06 (seis) meses antes da do Recife, 07 (sete) meses antes da de Fortaleza e 65 (sessenta e cinco) anos antes da República proclamada pelo Marechal Deodoro, em 1889. A primeira República proclamada no Brasil em janeiro de 1824, quando a Câmara, seguida pelo Clero, a Nobreza e o Povo de Campo Maior de Quixeramobim, liderados pelo groairense Inácio Gonçalo Loyola de Albuquerque Melo, (Pe. Mororó), considerou decaída a Dinastia Bragantina e reconhecendo o Governo Republicano, sinalizava-se, assim, o primeiro brado de protesto contra a decisão do então Imperador D. Pedro I, implantando, a partir dos sertões do Ceará, para todo o Brasil, uma República Estável e Liberal".
Barbara de Alencar |
O movimento foi liderado ainda pelos cratenses Bárbara de Alencar e seus filhos José Martiniano e Tristão Gonçalves, do sergipano de Santo Amaro da Brotas, Pereira Filgueiras e tantos outros heróicos e valentes conterrâneos. Os líderes escolheram apelidos com nomes da fauna e flora da caatinga no intuito de confundir as tropas imperiais. Todos escondidos por trás de alcunhas como Alecrim, Anta, Araripe, Aroeira, Baraúna, Beija-flor, Bolão, Carapinima, Crueira, Ibiapina, Jaguaribe, Jucás, Manjericão, Mororó, Sucupiras, Oiticica. E, mesmo cientes de que a luta poderia lhes trazer serias conseqüências, foram adiante. De fato, muitos pagaram com a vida, nas ruas do Icó e Fortaleza.
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